ESQUINAS | Significado das músicas

ESQUINAS | Significado das músicas

Significado das músicas do álbum ESQUINAS, de ANAVITÓRIA. Textos retirados do site: Letras de músicas.

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hannah

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SE EU USASSE SAPATO.

“Se eu usasse sapato”, da dupla ANAVITÓRIA, propõe uma reflexão sobre as diferentes versões que cada pessoa pode ter de si mesma. O verso “Se eu tivesse o seu nome / Se eu usasse sapato” mostra como pequenas mudanças, como um nome ou um acessório, podem transformar profundamente a trajetória de alguém. Essa ideia se conecta ao momento vivido pelo duo no álbum “Esquinas”, que celebra dez anos de carreira e marca uma fase de amadurecimento e experimentação, evidenciada pela sonoridade psicodélica e pela ruptura com estilos anteriores.

A letra apresenta cenários imaginários e íntimos, como em “Num outro tempo, outro contexto, num caminho qualquer / De um livro escrito ao contrário”, sugerindo o desejo de reescrever a própria história e experimentar realidades alternativas. Trechos como “Se eu falasse o que eu penso / Sem pensar no que eu falo” abordam o conflito entre ser autêntico e se autocensurar, enquanto “Se eu quebrasse o silêncio / E saísse do aquário” expressa a vontade de romper barreiras internas e sociais. Ao longo da música, ANAVITÓRIA explora sentimentos de dúvida, curiosidade e arrependimento, mas mantém um tom contemplativo e sensível. A repetição de “Queria saber como seria” reforça a inquietação diante das possibilidades não vividas, tornando a faixa um convite à autoanálise e à aceitação das diferentes versões de si mesmo.
2

MINTO PRA QUEM PERGUNTAR.

"Minto pra quem perguntar", de ANAVITÓRIA, aborda o desafio de lidar com o fim de um relacionamento enquanto se tenta manter as aparências. A música mostra como, ao esconder a dor e fingir normalidade, a protagonista acaba se afastando de sua própria verdade. O verso “Nem eu acredito em mim” revela essa contradição interna, indicando que a mentira contada aos outros se volta contra si mesma, tornando difícil até mesmo reconhecer os próprios sentimentos.

A letra traz cenas do cotidiano, como “molho as minhas flores com frequência” e “saio às nove pro mesmo lugar”, para ilustrar a rotina aparentemente inalterada, mesmo que tudo tenha mudado por dentro. As respostas automáticas, como “invariavelmente a mesma coisa / que acabou e é melhor assim”, mostram o esforço para evitar explicações e se proteger da vulnerabilidade. O contexto do álbum “Esquinas”, que fala sobre maturidade e passagem do tempo, reforça a ideia de que crescer também significa aprender a lidar com sentimentos difíceis. A influência da psicodelia dos anos 70 e do rock dos anos 80, presente na atmosfera da canção, contribui para o tom introspectivo e sincero. No fundo, a música reflete o conflito entre o desejo de parecer forte e a necessidade de ser autêntico, mostrando que, mesmo tentando disfarçar, a verdade interna sempre acaba vindo à tona.
3

NÃO SINTO NADA.

"Não sinto nada (part. Jorge Drexler)", de ANAVITÓRIA, se destaca pela honestidade ao abordar a ausência de sentimentos românticos em um relacionamento. Logo no início, o verso “Você merece alguém que sinta o coração na ponta da língua / Segundos antes de te encontrar, e eu não sinto nada” deixa claro que a narradora reconhece sua incapacidade de corresponder ao que o outro espera. Essa franqueza, sem recorrer a metáforas exageradas, cria uma atmosfera confessional e madura, mostrando respeito pelo parceiro ao admitir a verdade.

A participação de Jorge Drexler, com versos em espanhol, amplia a profundidade emocional da música. Quando ele canta “Tú te mereces alguien / Que muera por tenerte en frente, woah / Lo siento amor, lo que yo siento es mucho / Pero es diferente” (Você merece alguém / Que morra de vontade de estar na sua frente, woah / Desculpe, amor, o que eu sinto é muito / Mas é diferente), reforça a ideia de que o sentimento existe, mas não é o esperado. A repetição de frases como “Não posso te dar o amor que você espera” e “Para de esperar, então” evidencia o desejo de não alimentar ilusões, demonstrando responsabilidade afetiva. Assim, a canção fala sobre a coragem de admitir a falta de paixão e a importância de não enganar quem se ama, mesmo que isso traga frustração e despedida.
4

TER O CORAÇÃO NO CHÃO.

“Ter o Coração No Chão”, de ANAVITÓRIA, destaca a importância de valorizar a tranquilidade e a simplicidade no amor do dia a dia. A música questiona a ideia de que a felicidade só está presente em grandes emoções ou acontecimentos marcantes. O verso “Eu pensei que pra ser feliz, o chão precisava tremer / E a realidade parecer mentira, que coisa boba” mostra essa mudança de olhar, sugerindo que a verdadeira felicidade está nos pequenos gestos e rotinas compartilhadas. O título e o contexto reforçam que “ter o coração no chão” significa estar emocionalmente equilibrado, com os pés no chão, vivendo o amor de forma sincera e sem complicações.

A letra também ressalta a leveza de um relacionamento sem cobranças ou expectativas exageradas, como em “Você me falou o seu amor no meu ouvido / Sem pedir de volta uma resposta, garantia ou coisa assim”. Essa postura contrasta com relações marcadas por insegurança, mostrando que o amor pode ser simples e bonito. No final, a canção aceita as incertezas do futuro, mas reafirma o desejo de estar junto: “Eu quero estar contigo / E nada mais”. ANAVITÓRIA, assim, celebra o amor real e cotidiano, onde a paz e a sinceridade valem mais do que qualquer idealização romântica.
5

PONTA SOLTA.

"Ponta solta", de ANAVITÓRIA, aborda como pequenas feridas emocionais podem marcar um relacionamento de forma duradoura, mesmo quando parecem insignificantes. A metáfora "corte de papel não dói, mas não sara" mostra como dores discretas permanecem e afetam a convivência, conectando-se ao título da música, que sugere questões não resolvidas entre o casal.

A letra mistura cenas do cotidiano, como "rastro de tabaco" e "casa de adulto", com referências à natureza brasileira, como "as árvores da Mata Atlântica" e o "colar de diamantes no horizonte". Essas imagens ampliam o significado do relacionamento, mostrando que o amor é tanto cotidiano quanto grandioso, observado até pelo ambiente ao redor. O verso "labirinto de assunto" destaca a dificuldade de comunicação, enquanto "duas ilhas" representa a individualidade de cada um, mesmo estando juntos. Assim, a canção equilibra a celebração do amor com a consciência das imperfeições e incertezas, transmitindo maturidade emocional e aceitação das nuances do afeto.
6

ESPETÁCULO ESTRANHO.

A música “Espetáculo estranho”, de ANAVITÓRIA, explora como o amor transforma o cotidiano, mesmo quando está longe da perfeição. Logo no início, o verso “Nem tudo é lindo, nem tudo é ouro, nem tudo é bom” traz um olhar realista sobre as relações, reconhecendo imperfeições e riscos. Essa abordagem se conecta ao contexto do álbum “Esquinas”, que trata da maturidade e das nuances das experiências amorosas vividas pelas artistas.

A expressão “espetáculo estranho” é usada como metáfora para a dualidade do amor: ele pode ser fascinante e intenso, mas também confuso e difícil de explicar, como no trecho “Evento que a ciência não soube explicar”. A letra mostra como o sentimento amoroso muda a percepção do mundo, tornando objetos simples como “garfos, facas, copos, pratos, porcelanas” mais bonitos, simbolizando como o amor colore a rotina. O contraste entre a sonoridade tensa dessa faixa e a leveza de outras músicas do álbum reforça a ideia de que o amor é feito de opostos: beleza e estranheza, certeza e dúvida, alegria e inquietação.

A canção também fala sobre amadurecimento e perda da inocência, como em “A morte mais feliz da inocência / Um doce que aprendi a comer devagar”. O amor aparece como um processo de descoberta, em que se aprende a lidar com contradições e sentimentos intensos. Assim, “Espetáculo estranho” celebra o poder transformador do amor, sem ignorar suas complexidades, mostrando que é essa mistura de sentimentos que torna a experiência amorosa única.
7

ÁGUA-VIVA.

“Água-viva”, de ANAVITÓRIA, retrata com sensibilidade o fim de um relacionamento e a permanência das lembranças no cotidiano. A música destaca pequenos detalhes, como “as hastes dos seus óculos estão na mesa”, que simbolizam a presença do outro mesmo após a separação. Esses elementos cotidianos mostram como a memória do relacionamento continua viva, mesmo quando a rotina precisa ser reaprendida.

A letra explora a instabilidade dos sentimentos, evidenciada em versos como “um dia, o concreto, no outro, tudo é tão fugaz”. Essa oscilação reflete a natureza efêmera das certezas e a dificuldade de lidar com o que se perde. O refrão, “Nem todo mundo tem a sorte que nós dois tivemos juntos”, reforça o valor único da conexão vivida, reconhecendo que, apesar do fim, o que foi compartilhado permanece especial. Ao pedir para guardar “o melhor que tivemos” e as “confidências, mesmo que banais”, a canção expressa o desejo de preservar as boas lembranças e tornar a despedida menos dolorosa. No final, a música oferece conforto ao lembrar que existe alguém no mundo que conhece profundamente quem canta, tornando a experiência do amor e da perda mais leve e significativa.
8

EU, VOCÊ, ELE E ELA.

A música “Eu, você, ele e ela”, de ANAVITÓRIA, destaca a força dos desejos e das expectativas, mostrando como a antecipação de momentos felizes pode ser tão intensa quanto vivê-los de fato. O refrão “Imagino como vai ser / Sinto como se já fosse” expressa essa mistura entre sonhar e experimentar, aproximando o ouvinte da sensação de viver o presente com a mesma intensidade dos sonhos. Essa abordagem reforça o tom otimista e celebratório da canção, característica marcante do duo.

A letra valoriza a liberdade e a espontaneidade nas relações, como nos versos “No chão, beijo na boca / Pro corpo, permissão, desejo / Sem vergonha, sem roupa”, onde o desejo e a entrega são tratados de forma natural, sem culpa ou repressão. A canção celebra a vida e a intensidade das conexões humanas, sugerindo que qualquer situação pode ser motivo para alegria e união, como em “Qualquer passeio em bando, um bloco / Qualquer motivo, vale festa”. O título e o refrão ampliam o sentido de coletividade, mostrando que a felicidade se multiplica quando compartilhada, seja entre amigos, em um romance ou em encontros casuais. Assim, ANAVITÓRIA convida o ouvinte a viver plenamente, transformar o cotidiano em celebração e valorizar cada instante.
9

MESMA TRAMA, MESMO FRIO.

A música "Mesma trama, mesmo frio" de ANAVITÓRIA aborda o conflito entre a vontade de preservar as lembranças de um relacionamento e a pressão social para esquecer o passado após o término. Logo no início, a letra questiona o hábito de "matar o outro em vida" e de eliminar costumes compartilhados, mostrando como a passagem da intimidade para a indiferença pode ser dolorosa e até forçada. O verso “um salto entre a intimidade e uma conversa de elevador / sobre temperaturas, ou nem mesmo isso” destaca o desconforto de reencontrar alguém que já foi tão próximo e, de repente, se tornar quase um estranho, reforçando o tema do afastamento emocional.

A canção também valoriza a importância de não apagar as experiências vividas, mesmo as dolorosas. Ao mencionar as "travessias, das faíscas, dos incêndios" e o desconforto da primeira transa, a letra mostra que cada detalhe, bom ou ruim, faz parte da história do casal. O contexto do álbum "Esquinas" reforça essa reflexão sobre amadurecimento: a música não tenta negar a dor do fim, mas sim aceitar e aprender com ela. Ao reler conversas antigas e sentir a dor das palavras duras, a canção evidencia o processo de luto e autoconhecimento, questionando como o casal chegou a esse ponto. Assim, "Mesma trama, mesmo frio" propõe uma visão mais madura sobre términos, sugerindo que é possível valorizar as memórias e seguir em frente com mais consciência de si.
10

QUERO CONTAR PRA SÃO PAULO.

Em “Quero contar pra São Paulo”, ANAVITÓRIA transforma a cidade em uma espécie de confidente, escolhendo São Paulo como símbolo da intensidade e pluralidade do amor vivido. Ao querer compartilhar esse sentimento com uma metrópole cheia de histórias e encontros, o duo mostra que o amor é tão marcante que merece ser assumido publicamente. O contexto do álbum “Esquinas”, que aborda temas como maturidade e identidade, reforça essa vontade de viver o amor de forma plena e sem reservas.

A letra mistura cenas do cotidiano com imagens poéticas para expressar a profundidade do sentimento. Trechos como “Quero viver um amor que os poetas invejem” e “Quero morrer nos seus olhos e bocas e ouvidos” revelam o desejo de uma experiência amorosa intensa e transformadora. Já o verso “Jurar em nome dos santos promessas pra descumprirmos” traz um olhar realista e leve, reconhecendo que o amor verdadeiro também envolve imperfeições. O pedido direto – “Por que você não namora comigo? Eu nunca fui tão feliz quanto agora” – mostra vulnerabilidade e sinceridade, enquanto a repetição de “eu te amo” no final reforça a urgência e autenticidade desse sentimento. Assim, a canção celebra um amor aberto, maduro e pronto para ser vivido sem medo.
11

DOCE FUTURO.

Em “Doce futuro”, ANAVITÓRIA explora o desejo de liberdade afetiva e a importância de viver o amor sem restrições. O verso “amar quem eu quiser” aparece como uma afirmação clara de autonomia, mostrando que o amor não deve ser limitado por expectativas externas. Já o trecho “ter a liberdade do meu corpo inteiro que a solidão me dá” destaca como a solidão pode ser um espaço de autoconhecimento, onde a pessoa se reconecta com seus próprios desejos, livre de pressões sociais.

A canção também utiliza imagens marcantes, como “um salto no escuro” e “um edifício no asfalto molhado, invertido no próprio reflexo”, para ilustrar as incertezas e transformações que fazem parte da vida. O “doce futuro azul” simboliza um horizonte aberto de possibilidades, onde a liberdade de ser e de amar é plena. Inserida no contexto do álbum “Esquinas”, a música reflete a maturidade artística da dupla e reforça a busca por autenticidade. Assim, “Doce futuro” se torna um convite à autoaceitação e à celebração da liberdade pessoal.
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NAVIO ANCORADO NO AR.

Em “Navio ancorado no ar”, ANAVITÓRIA utiliza a imagem de um navio parado no ar para expressar um estado de suspensão emocional. O navio, símbolo de movimento e travessia, aparece ancorado em um lugar impossível, representando a indecisão e a incerteza da narradora diante dos próprios sentimentos. Essa metáfora central reflete a tensão entre coragem e medo, passado e futuro, desejo e culpa, como fica claro no verso: “Você permeia o que eu quero e o que eu fujo / Encontro da coragem com o medo de viver”. Aqui, a pessoa amada é tanto um convite ao risco quanto um motivo de hesitação, funcionando como o ponto de equilíbrio entre impulsos opostos.

A música também aborda a busca por autoconhecimento em meio à confusão emocional. Versos como “Não é passado, mas também não é futuro / A linha que divide a terra ao meio / O quase das nossas bocas que antecede um beijo” mostram esse momento de indefinição, em que o presente é marcado pela dúvida sobre o que já foi e o que ainda pode acontecer. O conflito entre se abrir para o amor e o medo de se machucar aparece em “Covardia é minha fraqueza / Viver você me fragmenta”, reforçando o tema da luta interna. As imagens sensoriais, como “cheiro do mar” e “gelado do pacífico”, evocam memórias e sentimentos ligados à identidade e ao passado, ampliando a atmosfera contemplativa da canção. Com letra assinada por Ana Caetano, a música destaca a maturidade do duo ao tratar das complexidades das relações e do autoconhecimento, sem pressa de chegar a respostas definitivas.
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